17 de junho de 2010

Do Luxo ao Lixo - Parte I (Causas da Pobreza)

A bolsa mais cara do mundo é da marca francesa Chanel e custa o equivalente a R$500.000,00. O preço absurdo desse acessório de moda só tem esse valor porque algumas pessoas estão dispostas a pagá-lo. No sistema capitalista, o consumo é uma forma de diferenciação entre as classes sociais: quem possui mais poder de consumir tem maior prestígio social. Uma bolsa de uma loja popular tem a mesma função que uma bolsa da famosa (e caríssima) marca Louis Vuintton, porém, um artigo de luxo mostra status, posição e distingue o consumidor do restante da população. No capitalismo não basta ser rico, deve-se deixar evidente a sua posição.
                                                    
 Qual a diferença das bolsas? A marca LV           
Longe desse mercado de luxo tão restrito, estão 43 milhões de brasileiros que ainda vivem abaixo da linha da pobreza. Esses brasileiros estão do nosso lado, principalmente nas grandes cidades: nos sinais de trânsitos é comum encontrar crianças pedindo dinheiro, mendigos pelas ruas e vendedores ambulantes. Nos grandes centros, os sofisticados condomínios de luxo e dividem o espaço urbano com favelas e bairros sem infra-estrutura.

AS CAUSAS DA POBREZA:

A divisão social entre ricos e pobres existe desde os primórdios da humanidade. Ao longo da História, as classes dominantes exploraram as classes menos favorecidas. Na Idade Média, os senhores de terra exploravam os servos dentro de suas grandes extensões de terras. Com o passar do tempo, o dinheiro passou a ter tanto valor quanto a propriedade de terra e o poder começou a ser exercido pela classe burguesa. Após a Revolução Industrial Inglesa no final do século XVIII, o capitalismo estabeleceu-se como modelo de sociedade predominante e separou os trabalhadores salariados (proletários) dos donos da produção (burgueses).

De maneira geral, os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento apresentam uma renda mais concentrada, já que geralmente tiveram colonização com base na agricultura e centralização das terras. Outro fator importante é que cada país reagiu à industrialização e a distribuição de renda de uma maneira própria. Dessa forma, fica difícil estabelecer um parâmetro ideal, já que cada país tem suas bases históricas e cultural.

Para explicar as causas da desigualdade social, diversos estudiosos formularam teorias, como Thomas Malthus, para quem a culpa da pobreza era dos próprios pobres, já que as pessoas de baixa renda tinham uma grande quantidade de filhos. Portanto, o crescimento no número de pessoas era muito superior do que a produção de alimentos.Para Malthus, até a distribuição de renda seria prejudicial, já que os ricos eram os patrocinadores das evoluções tecnológicas e culturais

Para os neoclássicos “todos os indivíduos são produtores de produção”. As pessoas vendem seus serviços por um preço para empresários e donos de terras. Para eles, cada pessoa adquire um valor, dependendo de sua escolaridade, sexo (mulheres geralmente ganham menos) e o lugar onde vivem. É como se os trabalhadores fossem um carro, no qual o preço vai aumentando de acordo com os “benefícios” que ele possui. Do ponto de vista neoclássico, a riqueza seria conseqüência direta do esforço pessoal e aproveitamento das oportunidades. A pobreza, por sua vez, seria fruto da falta de trabalho e a falta de planejamento no uso do dinheiro.

Já os marxistas vêem o capitalismo como ilógico e cruel, já que a desigualdade social é necessária para manter o sistema. A burguesia (dona dos meios de produção) mantém seus lucros através de gerações e exploram seus operários. Para os marxistas, os burgueses mantêm seu poder porque têm possibilidades de estudo, melhores condições de vidas e de trabalho, enquanto o proletariado dificilmente terá oportunidades de melhorar de vida. O socialismo foi uma corrente ideológica muito influente, porém, com declínio dos governos socialistas em todo mundo, as teorias socialistas perderam o impacto e destaque que possuíam há décadas atrás.

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