13 de agosto de 2012

Madonna - 54 Anos


Muito já foi falado, debatido...até mesmo aqui no blog.

Para não cansar ou repetir, quero só deixar registrado meu “parabéns” para essa mulher que continua relevante e trabalhando para conseguir um mundo mais livre, onde exista liberdade de opinião, religião e sexualidade. Muitos questionam se já não estava na hora de Madonna curtir a aposentadoria como ícone máximo do pop, aparecendo só em shows ocasionais, mas a verdade é que ainda precisamos dela, nem que seja para quebrar a última barreira do pop: o preconceito com a idade.

Para quem questiona a habilidade de Madonna em continuar na mídia, pesquise o nome dela e verá que só na etapa européia dessa turnê, tivemos polêmicas com mamilos em Human Nature, o choro emocionado em Like a Virgin, Elton John falando mal dela, polêmica com Born This Way, problemas com o partido de extrema direita francês, show em Paris vaiado por simpatizantes de Marine Le Pen e uma Rússia  em comoção com a suposta prisão da cantora depois de protestar contra a lei-anti gay e defender publicamente o grupo punk Pussy Riot, que está preso aguardando julgamento.

Nesse mesmo período, o que as outras cantoras andaram fazendo? 

Madonna chega aos 54 anos provando que pode não ser a melhor cantora, dançarina, compositora e nem a mais perfeita das celebridades, mas que ainda consegue gerar reações intensas e debates, como sempre quis.

L-U-V MADONNA! 

12 de agosto de 2012

Crítica - Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Batman sempre foi meu super-herói preferido, justamente por não ter grandes poderes e estar mais próximo da realidade. Superman, por exemplo, sempre foi muito indestrutível, perfeito. Além disso, os filmes de Tim Burton foram fundamentais para o meu fascínio com o herói e os vilões perturbados. O único o filme do morcegão que tinha visto ao cinema era o mal falado Batman & Robin, odiado pela maioria do público, com um tom quase infantil. Para um garoto de nove anos, o filme parecia divertido. Demoraria alguns anos para ver o morcego novamente no cinema, com o Batman Begins de Nolan, em 2005.

Até então, Nolan era diretor considerado interessante, mas sem um grande sucesso de público. Begins era aguardado com relativo receio: o tom realista, um batmóvel transformado em tanque de guerra, vilões praticamente desconhecidos do grande público (Espantalho e Ra´s Al Ghul) e um protagonista que estava longe de ser um grande astro de ação, eram motivos suficientes para acreditar que Batman Begins seria um fracasso. Quando lançado, entretanto, o que víamos era um novo tom para a história do Batman, contando os detalhes que transformaram Bruce Wayne, atormentado pela morte dos pais, em um vigilante mascarado, disposto a ser um mito e motivo de esperança para uma cidade corrupta, destruída pelo crime e sem esperanças. Com boas atuações, história interessante e direção segura, o filme se tornou um grande sucesso. 


Se Begins marcava o retorno do herói em traços realistas, o sucessor, Cavaleiro das Trevas se tornaria um verdadeiro fênomeno pop. Um sucesso enorme de bilheteria que levaria as adaptações de quadrinhos para outro patamar. Com uma inteligente campanha de marketing e todo hype criado na “última atuação de Heath Ledger”, o filme já estreiou com status de “clássico moderno”. Cultuado por grande parte dos fãs, Cavaleiro das Trevas apresenta o Coringa como um elemento do caos, destruindo Gothan e invertendo os papéis de vilão e herói, com um Batman quase psicótico e a trágica história de Harvey Dent. 

Depois de dois filmes que se tornaram referência no gênero e milhões de bilheteria, chegamos ao capítulo final (por enquanto, já que a Waner planeja um novo para 2016): O Cavaleiro das Trevas Ressurge. O filme já começa com uma difícil missão: superar o anterior e dar um final coeso e magistral para a trilogia. Diante de tamanha expectativa, o longa gerou uma reação inédita na série: foi amado e odiado na mesma intensidade e se tornou tema de discussão em dezenas de fóruns e sites, com fãs e haters debatendo (sem muitos argumentos) se o último filme de Nolan é obra-prima ou apenas mediano. Na verdade, os dois lados têm um pouco de razão: esse Batman é bom, mas está longe de ser impecável. Algo parecido já havia acontecido nas trilogias dos X-men e Homem Aranha, em que o capítulo final não superou o anterior. 


O Cavaleiro das Trevas Ressurge falha ao inserir muitos personagens interessantes e fortes em pouco tempo: temos o vilão Bane, o policial órfão, a ladra Selina Kyle e a empresária Miranda Tate. Dessa maneira, pela primeira vez na trilogia, a trama acaba um tanto apressada, sem dar tempo para conhecermos melhor os personagens ou entender suas motivações. A consequência disso é que mesmo com as grandes revelações do final não conseguimos sentir a urgência ou o impacto que as informações teriam, já que pouco nos identificamos com os personagens. Além disso, algumas partes ficaram um tanto vagas (como o retorno do herói à cidade ou a facada que é esquecida na cena seguinte) ou forçadas (Bane consegue realizar seus planos sempre com facilidade, sem ter que enfrentar ninguém), coisas que não aconteciam nos filme anteriores. Nem considero o argumento “Nolan não quer dar respostas, mas fazer o público pensar”. Algumas explicações simples só agregariam à trama. 

Se o tradicional elenco continua eficiente em seus papéis, com destaque para Christian Bale, que mostra um Bruce fragilizado que vai ganhando confiança aos poucos, os novatos acabam prejudicados por personagens mais rasos. O Bane de Tom Hardy surge ameaçador e imprevisível nas primeiras cenas, mas vai perdendo força como vilão e não consegue ter a mesma carga do Coringa no filme anterior. A Mulher Gato de Anne Hathway ganha pontos por se afastar da figura icônica e complexa de Michelle Pfeiffer e apostar mais na ação. A personagem acaba sem o desenvolvimento que merecia e pouco sabemos sobre sua vida, além do desejo de sair de Gothan e mudar de identidade. Marion, entretanto, é a maior prejudicada na história toda, aparecendo sem a importância que merecia na trama e em situações forçadas (o destino da personagem já virou até motivo de piada na internet). 

Nolan conduz o filme com a eficiência costumeira e mantem um bom ritmo com reviravoltas calculadas para deixar a platéia interessada. A longa duração nem se torna um problema, já que o clima de tensão permanece durante todo o filme e nos faz esperar pelas próximas cenas. Outro destaque importante foi não desconsiderar a história dos outros filmes, deixando a triologia com unidade e com os capítulos bem relacionados entre eles (apesar de faltar uma explicação do que aconteceu com o Coringa). Com um final aberto para possíveis interpretações, Nolan também preferiu não fechar as portas, deixando arestas soltas que poderão servir de base para futuras continuações, caso o diretor e roterista mude de ideia. Do jeito que está, esse Batman será mais lembrado pela tragédia em que esteve envolvido do que pela força do filme. Um final bem satisfatório, mas longe de ser inesquecível.