26 de julho de 2010

Os Quadrinhos no Cinema

Parece que virou regra em Hollywood adaptar histórias em quadrinhos em filmes recheados de efeitos especiais e com grandes bilheterias. Só neste ano, por exemplo, tivemos Homem de Ferro II, com Robert Downey Jr. Entrentanto, por muito tempo, as histórias em quadrinhos pareciam impossíveis de serem adaptadas com fidelidade e qualidade para as telonas, com alguns raros casos de sucesso.

Heróis populares nos gibis já vivaram filmes

Superman, um dos heróis mais populares dos gibis, rendeu uma série filmes que colocaram Christopher Reeve na história do cinema e fizeram sucesso em sua época. Batman, de Tim Burton, foi outra adaptação que teve êxito nas bilheterias mundiais. Parecia que com o sucesso do filme do homem morcego, e suas posteriores continuações, os heróis mascarados estavam prontos para invadir as telonas de uma vez por todas. Entretanto, os anos 80/90 seriam marcados por heróis mais anabolizados e sem fantasias, com a hegemonia de Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone nos filmes de ação. Com o fracasso de Batman e Robin, que enterrou a carreira no cinema do morcegão por alguns anos, os filmes baseados em histórias em quadrinhos pareciam incapazes de gerar boas séries cinematográficas.

Blade, o caçador de vampiros, um herói secundário da Marvel, mostrou que heróis mascarados poderiam agradar as platéias do século XXI. O primeiro filme dos X-Men, dirigido por Bryan Singer, seria o teste definitivo para a sobrevivência do gênero nos cinemas. Inicialmente, Bryan causou a fúria dos fãs quando trocou os uniformes coloridos e os roteiros repletos de personagens, por uma abordagem mais realista, com uma trama baseada no preconceito e no conflito racial. Com o sucesso de X-Men (e suas duas continuações), o caminho estava aberto para o filme de um dos heróis mais populares da Marvel: o Homem Aranha. O longa de Sam Raimi apresentava um roteiro fiel as origens do personagem, efeitos de última geração e um personagem conhecido no mundo inteiro, garantindo o sucesso da série do cabeça de teia.
 
Desde 2000, dezenas de adaptações foram lançandas, desde heróis populares como Batman (repaginado com uma abordagem mais realista), Hulk, Quarteto Fantástico, Homem de Ferro e Superman, até personagens mais desconhecidos como A Liga Extraordinária, Hellboy, Demolidor e Constantine. Nesta onda de adaptações, até séries mais alternativas e não tão conhecidas do grande público, como Watchmen (cultuada obra de Alan Moore), V de Vingança, 300 e Sin City, já tiveram sua versão nas telonas. Porém, isso não significa que todos os filmes estrelados por heróis tenham sido bem-sucedidos, seja na bilheteria ou crítica, como nos casos de Elektra, O Justiceiro e no terrível Mulher Gato.
Até personagens não tão conhecidos ganharam filmes
Heróis de quadrinhos despertam o interesse dos estúdios por se tratarem de personagens já conhecidos pelo grande público, com um apelo em diversas faixas estárias. Aparentemente, a fórmula está longe de se esgotar com filmes como Thor, Homem Aranha e X-men sendo produzidos. O projeto mais ousado é Os Vingadores, que juntará os heróis da Marvel em uma aventura. De impossíveis, as adaptações de quadrinhos transformaram-se na nova mina de ouro de Hollywood. Aparentemente, os heróis mascarados não salvam mais só pessoas indefesas, mas também as bilheterias dos cinemas no mundo inteiro.

23 de julho de 2010

Segunda Edição TOD@S - Jornal LGBT

Nesta segunda edição de TOD@S, pretendíamos abordar assuntos que não tiveram tanto destaque na primeira edição, inserindo matérias ligadas à cultura, moda, atualidades e comportamento. Afinal, falar sobre homossexualidade não é  ficar apenas debatento sobre o preconceito.
Nesta edição abordamos a pouca participação dos bissexuais nos movimentos LGBT e o aparente "modismo" da bissexualidade. Também acompanhamos a transformação de uma Drag Queen, com um show realizado em Campinas. O debate sobre a origem da homossexualidade também ganha destaque nas páginas deste jornal produzido pelos alunos de Jornalismo da Puc-Campinas com a orientação do professor Wanderley Garcia.  

Veja  a segunda edição de TOD@S neste LINK

TOD@S não é impresso, tendo apenas sua versão digital para divulgação.
Se gostou, divulge! Só poderemos fazer a diferença com sua ajuda!

15 de julho de 2010

Comentário Dogville de Lars Von Trier

Dogville é uma pequena cidade nas Rock Mountains, EUA. Neste pacato local, todos os moradores  vivem suas vidas sem grandes mudanças ou novidades. A tranqüilidade da cidade , entretanto, é abalada quando Grace (Nicole Kidman) pede para se esconder de perigosos gangsteres. Os moradores oferecem esconderijo por duas semanas, contanto que ela fizesse pequenas funções e trabalhos considerados inutéis pela comunidade. Aos poucos, os moradores passam a depender tanto de Grace que a tratam como uma escrava. O que no começo parecia uma cidade hospitaleira, transforma-se em uma verdadeira prisão para a moça, que vira algo de acusações, humilhações públicas, abusos sexuais e agressões física.

Em Dogville, as pessoas podem não ser o que parecem
Dogville, lançado em 2003, foi produzido como a primeira parte de uma trilogia que o diretor dinamarquês Lars Von Trier criou sobre os Estados Unidos. O diretor foi um dos criadores do radical movimento Dogma 95, no qual os filmes deveriam ser os mais realistas possíveis. Lars gera polêmica com suas obras, que abordam temas e situações delicadas, como no recente Anticristo (2009) que mostra multilações em closes escatológicos. Desta maneira, Dogville não é diferente das outras obras do diretor, que sempre procura mostrar a natureza cruel e mesquinha do ser humano.

O cenário de Doville é o grande atrativo deste filme: tudo que se vê é um enorme tablado com demarcações brancas no chão determinando os espaços, como “casa do Tom”, "jardim". No filme há apenas alguns objetos em cena, como cadeiras, camas e mesas. Essa falta de cenário, que pode até causar um certo incomodo inicial no expectador, oferece uma concepção única ao filme, já que podemos acompanhar o que cada morador da pacata está fazendo em quase todas as cenas, principalmente nos momentos mais tensos. Desta forma, o filme passa a impressão que estamos presenciando uma éspecie (bizarra) de reality show, em que os moradores são os participantes.

Para o sucesso deste projeto era necessário bons atores, que não colocassem a perder a sensação de que aquele lugar é realmente uma cidade. O elenco, que inclue Lauren Bacall, Paul Bettany e Stellan Skarsgard, oferece ótimas atuações, demonstrando sintonia entre eles, como se fosse vizinhos há décadas. O destaque é Nicole Kidman como a delicada Grace. A atriz, ganhadora do Oscar por As Horas, vive uma personagem que sofre diversos abusos e é explorada por todos da cidade e, ainda assim, parece manter sua ingenuidade e acreditar realmente na bondade do ser humano. Para ela, as pessoas só agem com crueldade porque vivem em condições díficeis e, portanto, merecem ser perdoadas. Nas mãos de uma atriz inesperiente, Grace seria uma personagem tola. Com Nicole, ela ganha status de heróina.

Dogville é bem diferente dos blockbusters americanos: quase não há trilha sonora, a duração é longa (mais de 170 minutos) e os elementos diferentes da produção, afastam os expectadores que querem um filme só para se divertir ou passar o tempo. A segunda parte da “trilogia” sobre os Estados Unidos, Manderlay, foi lançada em 2005 com Bryce Dallas Howard no papel de Grace, substituindo Nicole. A história continua a trajetória da personagem pelos Estados Unidos, entretanto, a sequencia não tem o impacto de Dogville, por diversos elementos, como um elenco diferente e uma história menos envolvente.

Com um final surpreendente e arrebatador, Dogville é uma obra única, que propõe debates sobre a forma que as pessoas abusam da força para tirarem proveito das outras, uma tentativa de mostrar o quanto o ser humano pode transitar do amor ao ódio, do acerto ao erro através de suas ações. Dogville pode estar mais perto do que imaginamos...

5 de julho de 2010

O Mago de Fernando Morais

Para compreender plenamente uma obra, é necessário conhecer a história, influências e contexto de seu criador. Desta forma, a biografia do escritor Paulo Coelho, O Mago do jornalista Fernando Morais (lançado em 2008), oferece uma oportunidade para fãs ou delatores, de conhecer diversos detalhes da vida do escritor brasileiro que se transformou em um verdadeiro fenômeno de vendas no mundo inteiro.

Adorado pelos fãs e odiado pela crítica, Paulo Coelho sempre sonhou em ser um escritor famoso, mesmo quando fazia trabalhos em outras áreas, como a parceria musical com o roqueiro Raul Seixas. Com acesso aos diários que Paulo manteve por grande parte da vida e com depoimentos de dezenas de pessoas que participaram da vida do escritor, Morais narra a tragetória de Paulo de forma cronológia, desta forma, acompanha-se a infância (um péssimo aluno), a rebeldia da adolescência, a internação em clínicas psiquiátricas, o envolvimento com o teatro, as experiências como jornalista, a inclusão em uma seita satânica, a amizade com Raul Seixas, os diversos amores, a iniciação na magia e finalmente, o sucesso internacional como escritor.

Na tentativa de oferecer um panorama abrangente e completo sobre Paulo Coelho, Fernando Morais, autor de outras biografias como Olga e Chatô, criou um livro que não procura colocar o escritor como um herói, mas uma pessoa repleta de defeitos, manias, com momentos de covardia e até falta de caráter, como inventar matérias para um jornal ou se apropriar de textos de outros autores. Também fica evidente a obsessão de ser um escritor famoso.

O embate constante entre o Mago e a crítica também ganha destaque na obra. Neste quesito, Morais parece estar do lado de Paulo, já que chega a comparar os comentários da crítica brasileira, que sempre coloca as obras do escritor como livros de auto-ajuda sem valor literário, com os inúmeros elogios que a imprensa internacional faz de suas obras.

Livros de Paulo Coelho: sucessos de vendas
Apesar de bem escrito e com bom ritmo, há muitos detalhes desnecessários que acabam “travando” a história. A descrição minuciosa de Morais, ao mesmo tempo que ajuda na contextualização, acaba soando cansativa e sem utilidade em alguns momentos, principalmente nas descrições das viagens e romances que o autor teve ao longo da vida. Além disso, muitos livros do escritor, como O Diário de um Mago e As Valkírias, já relatam momentos da vida do autor, que poderiam ser menos detalhados na biografia “oficial”.

Assunto frequente nos livros de Paulo Coelho, a luta por um sonho é o tema central de O Mago, que de maneira geral, vale a pena ser lido por se tratar da biografia do autor brasileiro que tornou-se uma celebridade internacional, amado por milhares de fãs e sem o apoio da crítica brasileira.