31 de janeiro de 2013

Comentário: Holy Motors e A Viagem




“Quem é você?”. O questionamento, que se tornou a base da filosofia ocidental e até de estudos posteriores, mantém a relevância, como comprovam dois filmes distintos, tanto na trama quanto na realização, mas que oferecem o debate sobre o que nos diferencia e nos conecta. De um lado, temos o alternativo Holy Motors, indicado como um dos melhores filmes de 2012 e figura constante em festivais. De outro, A Viagem, filme ambicioso dos realizadores de Matrix, uma produção hollywoodiana que dividiu opiniões e acabou passando desapercebida das premiações. O dois, entretanto, causam reações distintas no público por apostarem em abordagens originais de suas temáticas.   

Holy Motors é um daqueles filmes que não faz questão de se explicar ou apresentar conclusões para o espectador. É possível ler dezenas de comentários e análises distintas sobre o filme, cada uma abordando uma linha de interpretação. Em uma trama mezzo surrealista, acompanhamos Oscar, que entra em uma limousine e recebe `missões” e personagens variados ao longo de um dia, vivendo variadas situações. Dessa maneira, o vemos ele se transformar em uma moradora de rua, um pai de família preocupado e até um doente terminal. Em cada missão, o personagem é tão realista que começamos a nos perguntar qual daqueles seria verdadeiro, ou se todos, de alguma forma, são verdade. Acabamos sem saber se Oscar é um ator, um anjo, um ser imortal ou apenas uma metáfora sobre as máscaras sociais que adotamos ao longo da vida. A dúvida aumenta ainda mais quando Oscar encontra outras pessoas que fazem a mesma coisa que ele.

27 de janeiro de 2013

Cultura pop em 2012



2012 prometia ser um ano de grandes retornos e acontecimentos marcantes na cultura pop, entretanto, a sensação é de uma promessa não muito realizada. No geral, as grandes apostas se mostraram um tanto fracas e mesmo as revelações do ano soaram um tanto sem personalidade ou diferenciais. Prova disso foram as premiações, tanto da música quanto do cinema, que nunca foram tão esquecíveis e irrelevantes. O que mais marcou 2012 foram as disputas (chatas) dos fãs, que com o poder da internet passam o dia brigando por seu ídolo ou objeto de adoração: não faltaram farpas nas disputas “Madonna X Lady Gaga”, “Vingadores X Batman” ou “Minaj X Mariah”. Muito barulho para pouco conteúdo. 


- Música de 2012
De acordo com a lista da Billboard, o cd que mais vendeu em 2012 foi, novamente, 21 de Adele. A cantora, que passou a maior parte do ano sem lançar nada além da apática música-tema de Skyfall (que provavelmente ganhará o Oscar), prevalece como a queridinha do grande público. 2012 também marcou a popularização do indie com Somebody That I Used to Know do Gotye tocando entre as 10+ das rádios e a volta das boys-bands com suas fãs histéricas, graças ao sucesso do One Direction e The Wanted. 

Nicki Minaj, Maroon 5, Bruno Mars, Coldplay, Florida e Justin Bieber colheram os frutos do sucesso dos anos anteriores, lançando músicas que já se tornaram hits rapidamente. Entre as novidades do ano, Carly Rar Jepsen se deu bem e teve um dos maiores sucessos do ano com Call Me Maybe, a notícia ruim é que a cantora tem potencial para se tornar uma one-hit wonder. Rita Ora, Marina and the diamonds e Lana Del Rey também conseguiram dar as caras nesse ano, mas sem o sucesso de uma Katy Perry ou Rihanna. Falando na cantora de Barbados, ela honrou a tradição e lançou mais um cd recheado de hits em 2012. Ke$ha também deu as caras com Die Young, apesar da promessa de revolução não cumprida. LMFAO apareceu como um furacão e já terminou, deixando dois hits divertidos como lembrança. A novidade também apareceu fora do eixo EUA-Inglaterra, com o sucesso internacional de Michel Teló (não adianta falar mal) e o coreano Psy, que bombou na internet e baladas com Gangnam Style (e terá que ralar para continuar na mídia).