Cat Power – Sun
A musa indie, que já fazia sucesso muito antes
de Lana Del Rey copiar sua sonoridade, voltou com um disco de inédita em anos,
desde que lançou o belo The Greastest. A cantora declarou que levaria o tempo
necessário para compor e produzir as músicas da maneira que quisesse e, pela
recepção da crítica e dos fãs, a espera compensou. Deixando um pouco de lado as baladinhas
melancólicas que fizeram sua fama, Cat Power está bem mais moderna, com uma
sonoridade renovada, mais leve, mas que ainda soa com a mesma intensidade. Mudando sem perder a identidade, Sun surge com músicas
agradáveis, daquelas de ouvir e cantarolar sem se cansar tão rápido. A voz
peculiar de Cat Power, sem firulas ou alterações, também ajuda nesse resultado, que
vai crescendo e se tornando ainda melhor a cada audição. A maior surpresa fica
com o novo visual da cantora: cabelos curtinhos e descoloridos no último clipe
(ok, ela era bem mais linda antes hehe).
Entre os destaques, vale a pena ouvir o primeiro single, Cherokee, Ruin
e Nothin But Time .
No Doubt – Push and Shove
O No Doubt volta oficialmente com esse
lançamento depois de 11 (ONZE!!) anos sem um CD de inéditas. Para bem ou para o
mal, eles continuam tocando como No Doubt, parecendo com o No Doubt antigo e se
divertindo como antes. Gwen Stefani, que aproveitou a carreira solo para
brincar de diva pop, mostra que se sente bem mais solta e cheia de energia
quando está com os colegas de banda, entoando os antigos e novos sucessos. Para que é fã, Push
and Shove é um ótimo resumo de tudo que a banda pode oferecer:
músicas dançantes, mistura de ritmos, um pé no pop outro no rock, e a energia
despretensiosa que a banda sempre apresentou, com aquela pegada dos anos 80. O
novo trabalho já começa com força total, com a deliciosa Settle Down, Looking
Hot, One More Summer (que lembra muito os singles antigos) e a faixa-título,
Push and Shove. Entre as faixas posteriores, entretanto, o nível não se mantém
e algumas músicas medianas acabam esfriando um pouco os ânimos, apesar de bons momentos. O resultado é um retorno festejado e esperado, mas sem nenhum hit como Don't Speak.
Saindo da cena alternativa e lançando o
primeiro CD, o Bonde do Rôle mostra que é possível ser uma banda brasileira
com identidade sem precisar viver na sombra do Los Hermanos ou ficar
fazendo papel de cantor entediado/compositor solitário. O Bonde do Role, em oposição ao cenário monocromático atual, aposta nas cores, alegria, misturas
sonoras (tem frevo, funk, música pop, hip hop) e na brasilidade para chamar a atenção,
sempre com muito bom humor e uma pegada bem sensual, resultante, talvez, da
influência do funk e do começo da banda. Brazilian Boys, cartão de visita do
CD, é apenas o aperitivo dessa boa estréia que ainda tem ótimos momentos como
Kilo (viciante!) e na versão repaginada de Babydoll de Nylon, que ainda conta
com uma deliciosa participação do mestre Caetano Veloso. O único problema é que
algumas músicas apostam na vulgaridade para chamar atenção e soarem
“descoladas”, que acabam desmerecendo o restante do trabalho e parecendo
brincadeira de adolescentes. No geral, Tropical/Bacanal é mais divertido e autentico que 90% dos últimos lançamentos musicais.
Muse – The 2nd Law
A banda britânica vive um momento de
popularidade: teve a música tema da Olimpíadas de Londres, recebeu prêmio de melhor banda da Billboard e
divulga o novo trabalho, The 2nd Law, já com status de rockstars conceituados.
Ninguém pode negar que o Muse sempre foi uma banda diferenciada (um tanto
pretensiosa) e cada projeto merece uma conferida, nem que seja para esquecer depois. Entre as 13 novas faixas, temos um pouco da megalomania típica
da banda, com aquele ar de paranóia/loucura e mistura de sonoridades (entre o rock,
clássico, muito Queen e pitadas de dubstep) que eles já fizeram muito bem em
outros trabalhos. Há momentos interessantes, como o single Madness (faixa mais
acessível ao público), a abertura épica Supermacy, a simpática Follow Me e
Explorers. O grande problema é que os exageros da banda e, especialmente, os
vocais afetados de Matt acabam soando um pouco cansativos quando ainda estamos
na metade do CD. Além disso, o tom épico adotado para esse novo projeto beira o
cafona em alguns momentos, como o coro irritante em Survival. Agora é esperar essas músicas ao vivo, já que o Muse sempre se
garante nos palcos.
Mika, o cantor de origem libanesa que adora um
excesso de cores e firulas, deixa um pouco as pistas de danças e o glitter musical de lado e aparece com um som bem mais maduro e estética mais sóbria. A
bela voz do cantor, que sempre explorou os agudos, aparece diferente
nas faixas iniciais, explorando mais o tom grave e com menos afetações.
Visualmente, o cantor que assumiu a homossexualidade recente, também está mais
maduro, deixando as cores e exageros de lado e apostando na elegância e requinte
como se quisesse marcar uma nova fase. O “novo” Mika parece entender que menos pode ser mais e que optar por novidades é sinal de amadurecimento artístico.
De maneira geral, o CD é bem menos dançante que o os outros dois, especialmente
quando comparado com o primeiro, mas tem canções bem agradáveis. Overrated e Popular Song são as
que mais lembram os trabalhos anteriores, mas
Origin of Love, Step with Me e Underwater que revelam que o cantor ainda
pode surpreender.
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