2012 parece ser o ano dos grandes
retornos musicais. Talvez seja o tão falado fim do mundo que está fazendo com que artistas consagrados voltem a lançar material inédito depois de anos. Ou
simplesmente uma vontade de se mostrarem para as novas gerações. Nesse “retorno”, que
envolve Madonna, No Doubt, Nelly Furtado, Lionel Ritchie e até Ritchie, duas
cantoras polêmicas lançaram bons trabalhos: Rita Lee com Reza e Sinead O’Connor
com How About I Be Me.
As duas, que a primeira vista não teriam muito em comum, estiveram envolvidas com escândalos por toda carreira, problemas com drogas, anunciaram a aposentadoria várias vezes e são reconhecidas pelo trabalho de qualidade e bem autoral. As duas cantoras também sofrem com o transtorno bipolar, que as fizeram perder a cabeça, publicamente, com declarações polêmicas, shows cancelados e problemas expostos na mídia. A última coincidência é que ambas lançaram recentemente trabalhos inéditos, que estão recebendo bom retorno da crítica.
Sinead
– Ainda nada se compara com ela?
A cabeça raspada, voz poderosa, canções pessoais e o total desequilíbrio emocional mostram que Sinead O’Connor está de volta ao cenário musical. How About I Be Me é o álbum mais pop e acessível da cantora, depois de cinco anos sem lançar músicas inéditas, bem diferente dos últimos trabalhos que oscilavam entre folk e música alternativa.
Só para lembrar, a cantora
colocou no twitter que tentou se matar, foi internada, colou no jornal que
procurava um namorado, casou com o terapeuta, se separou, casou de novo. Tudo
isso está um pouco no novo trabalho, que reflete as inconstâncias de humor e
angústias de Sinead.
Não se engane pelo otimismo e aparente felicidade do casamento de 4th and Vine, que abre o disco, o clima é bem mais denso do que parece: há críticas aos padres (Take off Your Shoes), declarações de um viciado e uma busca de rendeção (Reason With Me), a procura pelo amor ideal (Old Lady) . Se visualmente a cantora está um pouco diferente de 20 anos atrás, apesar dos cabelos continuarem raspados, a voz continua oscilando entre sussuros e notas altas, com aquele toque folk que Sinead aprendeu nesses anos de trabalhos alternativos.
Não se engane pelo otimismo e aparente felicidade do casamento de 4th and Vine, que abre o disco, o clima é bem mais denso do que parece: há críticas aos padres (Take off Your Shoes), declarações de um viciado e uma busca de rendeção (Reason With Me), a procura pelo amor ideal (Old Lady) . Se visualmente a cantora está um pouco diferente de 20 anos atrás, apesar dos cabelos continuarem raspados, a voz continua oscilando entre sussuros e notas altas, com aquele toque folk que Sinead aprendeu nesses anos de trabalhos alternativos.
Se hoje em dia qualquer cantora compõe e interpreta
canções “pessoais”, Sinead praticamente expõe-se no novo trabalho, com uma
sinceridade que deixaria as novatas da música encabuladas. É uma pena que poucos
conhecerão essa bom trabalho, de uma boa cantora. Mas no fundo, esse parece o
objetivo de Sinead, que diz fazer música como uma espécie de terapia, enquanto
cuida dos filhos em uma casa beira mar.
Rita
Lee – Tirando sarro dela mesma.
Deve ser bom estar numa idade em que as críticas não te atingem mais e você pode, simplesmente, fazer o que quiser e quando quiser. Essa sensação é o mote de Reza, primeiro disco de inéditas de Rita Lee em quase uma década, depois do ótimo Balacobaco e a despedida conturbada dos palcos no começo do ano, que incluiu até a prisão da cantora.
Na primeira ouvida, o novo trabalho pode parecer um pouco menos interessante que o antecessor, com alguns momentos muito bons mesclados com músicas medianas ou que, simplesmente, parecem sobras de outros trabalhos. Se a faixa Reza tem cara de hit, nos moldes de Amor e Sexo, e já é até tema de novela da Globo, músicas como Rapaz, Bamboogiewoogie não agregam muito ao CD. Os melhores momentos ficam para aqueles em que a cantora tira sarro dela mesma, como Vidinha e Tô um Lixo, nas quais conta sobre sua nova rotina de vovó do rock.
Deve ser bom estar numa idade em que as críticas não te atingem mais e você pode, simplesmente, fazer o que quiser e quando quiser. Essa sensação é o mote de Reza, primeiro disco de inéditas de Rita Lee em quase uma década, depois do ótimo Balacobaco e a despedida conturbada dos palcos no começo do ano, que incluiu até a prisão da cantora.
Na primeira ouvida, o novo trabalho pode parecer um pouco menos interessante que o antecessor, com alguns momentos muito bons mesclados com músicas medianas ou que, simplesmente, parecem sobras de outros trabalhos. Se a faixa Reza tem cara de hit, nos moldes de Amor e Sexo, e já é até tema de novela da Globo, músicas como Rapaz, Bamboogiewoogie não agregam muito ao CD. Os melhores momentos ficam para aqueles em que a cantora tira sarro dela mesma, como Vidinha e Tô um Lixo, nas quais conta sobre sua nova rotina de vovó do rock.
Com momentos que flertam com a música eletrônica, assim como o novo cd de Madonna, Reza também mostra uma variedade de sons, temáticas e soa bem eclético. O novo trabalho, dessa forma, lembra alguns momentos antigos da cantora (As Loucas daria um ótimo medley com Todas as Mulheres do Mundo) e aponta para o futuro, já que Rita declarou que pretende se dedicar aos álbuns de estúdio agora que largou os palcos. Como sempre, a Rainha do Rock continua soando como ela.
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