Shakira - Shakira
No novo trabalho da cantora colombiana é fácil perceber os momentos de Shakira apaixonada e inspirada e aquelas faixas que parecem ter entrado só para cumprir tabela. Da parte mais pessoal, o relacionamento com Piqué é o tema central, como fica evidente nas boas 'Broken Record' e '23', em que é possível até ouvir o riso de Milan, filho do casal. Como não poderia faltar, ainda temos momentos mais agitados, com a ótima (e quase esquecida) Chasing Shadows e o primeiro single, o dueto sensual com Rihanna, Can't Remember to Forget You, que apesar de não ter feito o sucesso esperado, figura como um das melhores faixas do álbum. Como a própria cantora admitiu ter se envolvido menos na produção musical dessa vez, fica a impressão de que várias faixas poderiam estar na voz de qualquer pop-princess e alguns momentos parecem sobras de outros trabalhos. Menos redondinho que o álbum anterior, Shakira tem boas músicas encobertas por produções sem personalidade, um pecado quando se trata da cantora colombiana mais querida do pop.
O novo álbum de Fernanda Takai merece destaque por não se parecer com os trabalhos do Pato Fu nem com o projeto anterior da cantora, com a releitura da obra de Nara Leão. Na Medida do Impossível, entretanto, está longe de ser uma ruptura: o estilo doce de Takai está presente nas 13 faixas do novo projeto e serve de fio condutor do trabalho, em que a cantora visita diferente estilos musicais. Seu Tipo, parceira com Pitty, é charmosa, enquanto A Pobreza (Paixão Proibida) ganha ares dramáticos para contar sobre um amor proibido. Outras parcerias também rendem bons momentos, indo de Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme com Zélia Duncan, passando pela bela Pra Curar Essa Dor com Samuel Rosa e até uma parceria inusitada com o Padre Fábio de Melo. Suave a agradável de escutar, Na Medida do Impossível, é um daqueles álbuns para deixar tocando e acompanhar a viagem musical de Takai, sem grandes variações ou surpresas.
Silva - Vista Pro Mar
Depois de uma estreia aclamada, Silva passou rapidamente de 'relevação' para 'nova promessa da MPB'. Diante de tanta pressão, o cantor capixaba apresenta o segundo trabalho, Vista Pro Mar e firma seu posto na música brasileira, com canções 'ensolaradas' e bem produzidas. Menos variado que o ótimo Claridão, Vista Pro Mar é também e menos pop que o antecessor. A impressão que em busca de uma unidade sonora, algumas músicas acabam passando desapercebidas e demora para o álbum fixar na memória. O destaque continuam sendo as boas letras do cantor capixaba e a produção elaborada, longe do pop fácil das 'mais pedidas'. O destaque vai para o dueto com Fernanda Takai na ótima Okinawa.
Lana del Rey - Ultraviolence
A musa dos clipes com filtros do Instagram passa pela prova do segundo álbum com seu Ultraviolence e prefere seguir a máxima de não mudar o time que está ganhando. Com um produção mais elaborada que Born to Die, o charme blasé de Lana, com sua voz sussurrada, continua sendo explorado ao máximo em músicas com sonoridade retrô como The Other Woman, Black Beautiful e o primeiro single West Coast, que já se afasta da imagem colorida de Katy Perry e demonstra essa evolução musical de Lana, contribuição de Dan Auerbach, do BlackKeys. Ultraviolence não mudará a opinião de quem acha Lana forçada ou tediosa, nem dos fãs que a veneram como uma musa, mas prova que a cantora encontrou seu nicho, estilo e sabe trabalhar muito bem dentro da sua proposta.
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