2012 prometia
ser um ano de grandes retornos e acontecimentos marcantes na cultura pop,
entretanto, a sensação é de uma promessa não muito realizada. No geral, as
grandes apostas se mostraram um tanto fracas e mesmo as revelações do ano
soaram um tanto sem personalidade ou diferenciais. Prova disso foram as
premiações, tanto da música quanto do cinema, que nunca foram tão esquecíveis e
irrelevantes. O que mais marcou 2012 foram as disputas (chatas) dos fãs, que
com o poder da internet passam o dia brigando por seu ídolo ou objeto de
adoração: não faltaram farpas nas disputas “Madonna X Lady Gaga”, “Vingadores X
Batman” ou “Minaj X Mariah”. Muito barulho para pouco conteúdo.
- Música de 2012
De acordo com a
lista da Billboard, o cd que mais vendeu em 2012 foi, novamente, 21 de Adele. A
cantora, que passou a maior parte do ano sem lançar nada além da
apática música-tema de Skyfall (que provavelmente ganhará o Oscar), prevalece
como a queridinha do grande público. 2012 também marcou a popularização do
indie com Somebody That I Used to Know do Gotye tocando entre as 10+ das rádios
e a volta das boys-bands com suas fãs histéricas, graças ao sucesso do One
Direction e The Wanted.
Nicki Minaj,
Maroon 5, Bruno Mars, Coldplay, Florida e Justin Bieber colheram os frutos do
sucesso dos anos anteriores, lançando músicas que já se tornaram hits
rapidamente. Entre as novidades do ano, Carly Rar Jepsen se deu bem e teve um
dos maiores sucessos do ano com Call Me Maybe, a notícia ruim é que a cantora
tem potencial para se tornar uma one-hit wonder. Rita Ora, Marina and the
diamonds e Lana Del Rey também conseguiram dar as caras nesse ano, mas sem o
sucesso de uma Katy Perry ou Rihanna. Falando na cantora de Barbados, ela
honrou a tradição e lançou mais um cd recheado de hits em 2012. Ke$ha também
deu as caras com Die Young, apesar da promessa de revolução não cumprida. LMFAO
apareceu como um furacão e já terminou, deixando dois hits divertidos como
lembrança. A novidade também apareceu fora do eixo EUA-Inglaterra, com o
sucesso internacional de Michel Teló (não adianta falar mal) e o coreano Psy,
que bombou na internet e baladas com Gangnam Style (e terá que ralar
para continuar na mídia).
Entre os grandes
retornos de 2012, tivemos no novo cd de Madonna, MDNA, que acabou dividindo a
opinião dos fãs com uma divulgação apressada que não explorou as melhores
músicas. Se nas paradas de sucessos o álbum patinou, pelo menos ele rendeu a turnê
mais lucrativa do ano e uma apresentação magnifica no Super Bowl. Pink também
voltou com inéditas depois de anos, agrandando aos fãs. Christina Aguilera
também teve que lidar com a pressão de fazer um retorno triunfal depois do
fracasso de Bionic, com Lotus. O resultado foi um álbum correto, mas sem
grandes destaques ou um hit espontâneo. No Doubt e Nelly Furtado também
estiveram na lista dos retornos depois de anos, com bons trabalhos, mas que
fracassaram nas vendas e na divulgação. No geral, o público parece pouco
interessado em ouvir o que não está bombando nas rádios e não está disposto em
pesquisar por artistas do passado. Fora do pop-tradicional, tivemos também o
retorno de Cat Power, Mika e Sinead O Connor, com bons trabalhos.
- Música no Brasil 2012
Se em 2011
Criolo parecia onipresente nas listas de artista revelação, nesse ano tivemos
um maior leque de possibilidades, com propostas diferenciadas para a música
brasileira. Do Pará, Gaby Amarantos conseguiu o destaque nacional com a
abertura de uma novela e o reconhecimento do público e crítica
para o seu Treme. Mesmo com essa variação do tecnobrega, o sertanejo continua
como ritmo dominante, com o sucesso de Luan Santana, Gustavo Lima e Michel Teló
(fora as dezenas de duplas que surgiram nos últimos anos, como a recente Munhoz
e Mariano).
Enquanto as premiações
exaltavam Cícero, uma das melhores surpresas de 2012 também gravou seu primeiro
cd de maneira independente: Silva mostrou que é possível fazer uma música brasileira,
moderna e com conteúdo sem precisar soar como Los Hermanos. Uma das melhores
surpresas do últimos anos, sem dúvida. Tulipa Ruiz também apareceu com destaque
com seu segundo álbum, aclamado pela crítica mas um tanto diferente da estreia, que poderá afastar os fãs antigos.
No lado mais descontraído da música brasileira, tivemos a animação mal-criada do
Bonde do Rolê e da Banda UÓ, que podem crescer muito no próximos anos.
Dois
“dinossauros” da música brasileira também lançaram inéditas em 2012, com Reza
de Rita Lee e Esse Cara de Roberto Carlos. Ambos tiveram o apoio de novelas da
Globo para divulgar seus lançamentos e conseguiram colocar suas novidades já na
longa lista de sucessos de cada um, apesar de críticas de que o som deles já
não seja o mesmo de década passada. No quesito turnês, enquanto Rita ainda se
mantém um pouco afastada dos palcos, Marisa Monte encantou plateias com o belo
show do álbum Verdade Uma Ilusão.
- Cinema 2012
O ano começou
com as novidades do Oscar, como os bons O Artista e A Invenção de Hugo Cabert,
celebrando a nostalgia de Hollywood. O primeiro semestre ainda teve boas
surpresas como a atuação de Leonardo di Caprio em J. Edgar, Micheal Fassbender
em Shame e Michelle Williams como o ícone do cinema em 7 dias com Marilyn. Já
quase na metade do ano, dois diretores consagrados entregaram obras menores,
com Sombras da Noite de Tim Burton e Para Roma com Amor de Woody Allen, que
conseguiram divertir mas estão longe dos melhores momentos dos dois. Já na reta
final do ano, tivemos a inocência vintage de Monrise Kingdom, o celebrado Argo
de Ben Afleck e a viagem visual de As Aventuras de PI, de Ang Lee, três fortes
candidatos as premiações de 2013.
Entre os
blockbusters, tivemos o final da saga Crepúsculo, com um dos melhores filmes da
série (apesar disso não significar nenhuma obra-prima) e o começo do promissor
Jogos Vorazes, um filme de ação para jovens mas que não subestima a inteligencia
dos espectadores e rende momentos de tensão. Para os fãs de quadrinhos, dois
filmes foram a sensação de 2012: Os Vingadores e Batman - O Cavaleiro das
Trevas Ressurge. Enquanto um divertia com a reunião antológica dos heróis da
Marvel, o outro celebrou o fim da trilogia de Nolan, mas com um filme aquém do
esperado. O Espetacular Homem Aranha também foi um reebot na franquia, com mais
ação e romance, deixando a história e dramas do cabeça de teia um pouco de
lado. Prometheus foi outra estreia que acabou decepcionando alguns fãs e
críticos, por não dar as respostar esperadas, apesar da ação bem desenhada por
Ridley Scot. Depois de um segundo semestre fraco em novidades, só fomos ter
boas surpresas quase no fim com o excelente 007 - Operação Skyfall, uma homenagem
ao aniversário dos filmes do espião, e O Hobbit, que nos devolveu o charme da
Terra Média.
Entre os
destaques em outros gêneros, as animações se mostraram menos impactantes que
nos anos anteriores, sem nenhuma obra-prima, apesar do lançamento de O Lorax,
Frankeewine, Hotel Transilvânia, Valente, Paranorman e A Origem dos Guardiões
(esses dois últimos entre os melhores). Entre as comédias, TED chamou atenção
por ser politicamente incorreto em uma época em que tudo é motivo de
discussões. Uma das melhores emoções do cinema 2012 foi assistir ao oscarizado
(e agora chamado de brega) Titanic em todo seu explendor e utilizando os
recursos da tecnologia 3D.
- TV:
Entre as series,
duas produções provaram que a telinha já não deve em nada aos cinemas, com Game
of Thrones e The Walking Dead arrasando na audiência e episódios bem
produzidos, com a união de bom elenco, produção e efeitos especiais. Entre as
novidades, tivemos Smash, um Glee para adultos, com os bastidores dos musicais
da Broadway. Falando em Glee, o seriado que era sensação alguns anos atrás,
chegou na quarta temporada tentando equilibrar novos personagens com tramas antigas, algumas
vezes sem muito sucesso. Once Upon a Time aproveitou que os contos de fadas
estão em alta em Hollywood e inseriu as histórias em um contexto diferente.
Entre vampiros, True Blood apresentou a temporada mais fraca de todas, com uma
quantidade absurda de tramas paralelas. A vingança foi o tema central de
Revenge, que chama a atenção com sua estética carregada e dramalhão, quase uma novela
mexicana americana. A segunda temporada de American Horror Story também
conseguiu superar alguns problemas da temporada anterior, oferecendo uma
história melhor desenvolvida, mais suspense e com a atuação irretocável de
Jessica Lange.
No Brasil,
tivemos duas novelas que se tornaram sucessos de popularidade e dominaram as
redes sociais, com Cheias de Charme e Avenida Brasil, um verdadeiro fenômeno.
Com sucessos tão grandes, a Globo terá que lidar com a falta de interesse pelas
novas produções por um tempo. Se nas novelas a Globo conseguiu atrair um
publico que há a muito tempo não ligava a tv aberta, o programa matutino da
Fátima Bernardes amargou criticas pela
proposta (chata). Além disso, The Voice Brasil mostrou que, do nosso jeitinho,
o reality musical pode render bom momentos, apesar de nunca ser muito justo,
dependendo da sua torcida. Nos outros canais, o SBT voltou ao mapa com o
sucesso da novela infantil Carrossel (criança também gosta de tv) e as
pegadinhas do Silvio Santos, um sucesso internacional. Na Band, tivemos o
prazer de assistir a Mulheres Ricas, um programa de tão ruim se torna bom.
- Acontecimentos
Pop
Psy, Nissim
Orfali, Marcelinho, Para Nossa Alegria ou Inês Brasil: 2012 mostrou que as
redes tem muita, muita força no dia a dia das pessoas. Outras mídias tem que
correr atrás e pegar carona nos memes, aproveitando a popularidade quando
possível.
Dentro e fora da internet, tivemos a briga de Lady Gaga e Madonna
durante o ano, que rendeu bons momentos. No fim, Madonna conseguiu sair novamente como Rainha, com os resultados de sua MDNA Tour, a décima turnê mais lucrativa de todos os tempos.
Xuxa
revelou que foi abusada, Hebe morreu e Kristen Steart traiu Robert Partison,
para desespero das fãs de Crepúsculo, que insistem que tudo não passou de uma
manipulação da mídia.
Para 2013, a
expectativa é de outros grandes retornos musicais, com os já anunciados álbuns
de Beyonce, Lady Gaga e Britney Spears, além do boato de Adele e Katy Perry.
Até David Bowie saiu da aposentadoria a anunciou um projeto novo, que trabalhou
secretamente nos últimos anos. No campo do cinema, teremos as continuações de
muitos sucessos, demonstrando a tedência de Hollywood em cada vez apostar menos
nas inovações estéticas e mais nas histórias conhecidas, com refilmagens e sequência. Entre as expectativas, O Grande Gatsby do diretor de Moulin Rouge
poderá se tornar um dos queridinhos dos fashionistas de plantão e Homem de Ferro 3 e O Homem de Aço poderão brilhar nas bilheterias. No geral, a
expectativa é menor que o ano anterior, para poder se surpreender mais com as
novidades.
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