Você pode até não gostar dos videoclipes coloridos e dos refrões grudentos, mas é inegável que Katy Perry era uma hitmaker digna de figurar no Olimpo do Pop atual. A cantora acumulava sucessos nas paradas, visualizações no Youtube, mobiliza uma legião de fãs, os katycats, e ainda mantém o feito de ser a celebridade mais seguida no Twitter, com 100 milhões de fãs. Com o lançamento de Witness, porém, a invencibilidade da cantora pareceu sofrer pela primeira vez um certo descaso por parte da mídia e do público em geral, com os haters já anunciando precocemente o primeiro grande fracasso na carreira. Gongar Katy se tornou pop, mesmo que sem um motivo real.
De Pin-Up moderna à testemunha da geração:
Pode até parecer um passado distante, mas em 2008 Katy Perry surgia na mídia como uma mistura de pin-up moderna com uma boa dose de humor que cantava sobre namorados metrossexuais, homens indecisos, desejos por outras mulheres e noites de bebedeira em Las Vegas. Não demorou para Madonna apontar a artista como uma das queridinhas do momento, posto que ocupa até hoje. A consagração como diva pop definitiva, porém, viria com o segundo trabalho, o bem sucedido Teenage Dream (2010) que conquistou o mérito de ser ter cinco singles no topo das paradas, marca anteriormente só atingida por Michael Jackson.
O aguardado próximo passo da artista veio com Prism (2013), que se afastava um pouco da estética pin-up para seguir o lado mais pop e colorido, mas sem quebrar os padrões dos trabalhos anteriores. Apesar de não ter o mesmo recorde nas paradas, Prism ainda conseguiu emplacar dois grandes hits, Roar e Dark Horse, com o feito do clipe bater o 1 bilhão de visualizações do Youtube. Ao mesmo tempo que seguia popular, entretanto, era inegável que a estética divertida da cantora precisa ser reciclada se quisesse evoluir artisticamente.
É curioso, portanto, que no momento que Katy assumiu o risco de explorar um novo visual e sonoridades parte dos fãs não compreendam essa nova abordagem e fiquem tão presos aos momentos anteriores. É a primeira vez que a cantora se despe da personagem, já que apesar de não se fantasiar explicitamente como Lady Gaga no começo da carreira, Katy com seu visual pin-up, roupas coloridas e acessórios espalhafatosos era também uma construção, uma máscara de escapismo pop. Não à toa Katy contou durante a divulgação que o cabelo loiro da nova fase é uma tentativa de se afastar da imagem áurea de Katy Perry e retomar a aparência que mantinha antes da fama mundial, quando ainda era conhecida como Katy Hudson.
Enquanto cantoras como Lady Gaga, Rihanna e Beyoncé foram recentemente celebradas justamente por apostarem em trabalhos mais pessoais e 'conceituais', longe de fórmulas comerciais e de personagens sensuais, Katy parece sofrer uma desconfiança, como se a questão de vendagem ainda fosse mais importante no fim das contas.
Apesar de já ser associado como um novo Bionic da geração, no geral, Witness conseguiu uma boa vendagem na primeira semana de lançamento e quebrou a marca de videoclipe mais visualizado no Youtube no primeiro dia de lançamento com os 14 milhões de acessos de Bon Appetit. Mesmo assim, para os haters o sinal de fracasso é evidente já que pela primeira vez o carro-chefe da cantora, Chained to the Rhythm não atingiu o topo das paradas, mesmo com a boa divulgação. Para quem já acredita no fim da carreira da cantora, porém, há ainda uma turnê mundial já marcada para começar em setembro, a Witness Tour, com etapas americanas e européia confirmadas, o que servirá de divulgação e consolidação dessa era como uma mudança passageira ou um novo posicionamento artístico real.
Quanto a questão musical, Witness não abandona os hits dançantes escapistas, como Bon Appetit, mas expõem questões mais pessoais, como a decepção com a própria geração alienada (Chained to the Rhythm), a famosa briga com Taylor Swift, o posicionamento como uma mulher madura e momentos românticos como a procura por uma 'testemunha' para fazer a vida valer. Sem pretensão de revolucionar ou ditar novos padrões na música, Witness ganha pontos justamente por não tentar simular os sucessos passados e mostrar uma evolução real de Katy Perry. Pode não ser uma obra-prima definitiva, mas indica que a cantora está livre para testar novos timbres, novas temáticas e possibilidades. O que não deixa de ser mais interessante do que lançar um Teenage Dream Parte II, como clamam alguns fãs.
Se a era Witness será marcada como um primeiro grande fracasso de Katy ou um amadurecimento necessário para os próximos trabalhos, ainda não há como afirmar. Por hora, só podemos testemunhar esse novo passo da cantora.
O aguardado próximo passo da artista veio com Prism (2013), que se afastava um pouco da estética pin-up para seguir o lado mais pop e colorido, mas sem quebrar os padrões dos trabalhos anteriores. Apesar de não ter o mesmo recorde nas paradas, Prism ainda conseguiu emplacar dois grandes hits, Roar e Dark Horse, com o feito do clipe bater o 1 bilhão de visualizações do Youtube. Ao mesmo tempo que seguia popular, entretanto, era inegável que a estética divertida da cantora precisa ser reciclada se quisesse evoluir artisticamente.
É curioso, portanto, que no momento que Katy assumiu o risco de explorar um novo visual e sonoridades parte dos fãs não compreendam essa nova abordagem e fiquem tão presos aos momentos anteriores. É a primeira vez que a cantora se despe da personagem, já que apesar de não se fantasiar explicitamente como Lady Gaga no começo da carreira, Katy com seu visual pin-up, roupas coloridas e acessórios espalhafatosos era também uma construção, uma máscara de escapismo pop. Não à toa Katy contou durante a divulgação que o cabelo loiro da nova fase é uma tentativa de se afastar da imagem áurea de Katy Perry e retomar a aparência que mantinha antes da fama mundial, quando ainda era conhecida como Katy Hudson.
Enquanto cantoras como Lady Gaga, Rihanna e Beyoncé foram recentemente celebradas justamente por apostarem em trabalhos mais pessoais e 'conceituais', longe de fórmulas comerciais e de personagens sensuais, Katy parece sofrer uma desconfiança, como se a questão de vendagem ainda fosse mais importante no fim das contas.
Witness é um flop?
Apesar de já ser associado como um novo Bionic da geração, no geral, Witness conseguiu uma boa vendagem na primeira semana de lançamento e quebrou a marca de videoclipe mais visualizado no Youtube no primeiro dia de lançamento com os 14 milhões de acessos de Bon Appetit. Mesmo assim, para os haters o sinal de fracasso é evidente já que pela primeira vez o carro-chefe da cantora, Chained to the Rhythm não atingiu o topo das paradas, mesmo com a boa divulgação. Para quem já acredita no fim da carreira da cantora, porém, há ainda uma turnê mundial já marcada para começar em setembro, a Witness Tour, com etapas americanas e européia confirmadas, o que servirá de divulgação e consolidação dessa era como uma mudança passageira ou um novo posicionamento artístico real.
Retornando ao visual do começo da carreira |
Se a era Witness será marcada como um primeiro grande fracasso de Katy ou um amadurecimento necessário para os próximos trabalhos, ainda não há como afirmar. Por hora, só podemos testemunhar esse novo passo da cantora.