Quando foi lançado, O Que Você Quer Saber de Verdade dividiu opiniões, tanto da crítica quanto dos fãs da, até então, intocável Marisa Monte. Muitos não entenderam o repertório mais popular do álbum, que se distanciava dos últimos trabalhos da cantora, como Infinito Particular. Em entrevista para a Bravo!, Marisa falou sobre essa mudança: o objetivo de reconquistar o grande público e ser tão popular quanto as novas cantoras que surgiram nos últimos anos. A diva intocável no pedestal desceu do Olimpo e quis estar novamente na boca do povo, trilhas de novelas e entre as mais tocadas das rádios.
Se o álbum tinha o objetivo de fazer as pazes da cantora com o grande público, a turnê Verdade, Uma Ilusão trilha o mesmo caminho, sendo o show mais acessível, colorido e agradável da artista nos últimos anos. Mesmo quem nem é fã de carteirinha ficará impressionado por saber cantar (ou só murmurar) grande parte das letras dos sucessos apresentados no repertório. Não que se trate de um daqueles shows que bandas ou artistas decadentes fazem para comover os fãs e levantar um dinheiro extra. Longe disso. Marisa não usa o passado como uma medalha piegas de que um dia fez sucesso, mas como uma bagagem de quem já tem clássico e soube, como poucas, controlar a direção de sua carreira e amadurecimento artístico. Além disso, o esmero na produção do show, com as projeções e iluminação, torna cada música (mesmo as antigas), uma nova descoberta.
Logo na abertura, com a música título, projeções fazem um jogo com as cores e formas que remetem a capa do álbum e estabelecem o tom do espetáculo. Nesse sentido, Marisa merece aplausos por não cair no problemas da maioria das produções nacionais que utilizam os recursos audiovisuais sem nenhum sentido pré-estabelecido, só para dar um "colorido" no show. Pontuando as músicas nos momentos certos, as projeções ajudam a expandir os sentidos das composições, sem nunca desviar a atenção da cantora, confundir ou cansar o público.
Em cerca de uma hora e quarenta minutos de espetáculo, ouve-se sucessos mais antigos, como Na Mira (Eu Sei), Beija Eu e a belíssima De Mais Ninguém. Dos últimos anos, também estão lá A Sua, Gentileza, Não Vá Embora e Infinito Particular. Entre os hits, Marisa aproveita para mostrar também as músicas do último álbum, mas sem deixar os ânimos esfriarem. Depois e Ainda Bem são novidades que empolgam e são cantadas em alto e bom som pelo público, comprovando que o objetivo de se divulgar novamente em aberturas de novelas e rádios rendeu pelo menos dois novos sucessos para o repertório. Não deixando nenhuma fase de fora, incluiu-se também dois sucessos do Tribalistas: Velha Infância e Já Sei Namorar
Entre as surpresas da turnê, E.T.C, parceria de Marisa, Arnaldo e Brown, é apresentada pela primeira vez em um show da cantora e ganhou uma nova roupagem, mais próxima do tango. Nesse momento, ela aproveita para celebrar o talento de Cássia Eller. "Saudades não é sentir a ausência, mas a presença de alguém", diz. Outra homenagem acontece no momento mais sensual do show, com Sono Como Tu Mi Vuoi,em que Marisa declara a admiração por Mina Mazzini e o desejo de gravar um dueto, que acabou rendendo a regravação de Ainda Bem por Mina.
Se o álbum tinha o objetivo de fazer as pazes da cantora com o grande público, a turnê Verdade, Uma Ilusão trilha o mesmo caminho, sendo o show mais acessível, colorido e agradável da artista nos últimos anos. Mesmo quem nem é fã de carteirinha ficará impressionado por saber cantar (ou só murmurar) grande parte das letras dos sucessos apresentados no repertório. Não que se trate de um daqueles shows que bandas ou artistas decadentes fazem para comover os fãs e levantar um dinheiro extra. Longe disso. Marisa não usa o passado como uma medalha piegas de que um dia fez sucesso, mas como uma bagagem de quem já tem clássico e soube, como poucas, controlar a direção de sua carreira e amadurecimento artístico. Além disso, o esmero na produção do show, com as projeções e iluminação, torna cada música (mesmo as antigas), uma nova descoberta.
Logo na abertura, com a música título, projeções fazem um jogo com as cores e formas que remetem a capa do álbum e estabelecem o tom do espetáculo. Nesse sentido, Marisa merece aplausos por não cair no problemas da maioria das produções nacionais que utilizam os recursos audiovisuais sem nenhum sentido pré-estabelecido, só para dar um "colorido" no show. Pontuando as músicas nos momentos certos, as projeções ajudam a expandir os sentidos das composições, sem nunca desviar a atenção da cantora, confundir ou cansar o público.
Em cerca de uma hora e quarenta minutos de espetáculo, ouve-se sucessos mais antigos, como Na Mira (Eu Sei), Beija Eu e a belíssima De Mais Ninguém. Dos últimos anos, também estão lá A Sua, Gentileza, Não Vá Embora e Infinito Particular. Entre os hits, Marisa aproveita para mostrar também as músicas do último álbum, mas sem deixar os ânimos esfriarem. Depois e Ainda Bem são novidades que empolgam e são cantadas em alto e bom som pelo público, comprovando que o objetivo de se divulgar novamente em aberturas de novelas e rádios rendeu pelo menos dois novos sucessos para o repertório. Não deixando nenhuma fase de fora, incluiu-se também dois sucessos do Tribalistas: Velha Infância e Já Sei Namorar
Entre as surpresas da turnê, E.T.C, parceria de Marisa, Arnaldo e Brown, é apresentada pela primeira vez em um show da cantora e ganhou uma nova roupagem, mais próxima do tango. Nesse momento, ela aproveita para celebrar o talento de Cássia Eller. "Saudades não é sentir a ausência, mas a presença de alguém", diz. Outra homenagem acontece no momento mais sensual do show, com Sono Como Tu Mi Vuoi,em que Marisa declara a admiração por Mina Mazzini e o desejo de gravar um dueto, que acabou rendendo a regravação de Ainda Bem por Mina.
Se nos dvds e vídeos
Marisa sempre parece um tanto fria, ao vivo ela se mostrou bem carismática, animada e até permitiu que um fã cantasse o trecho de Arnaldo Antunes em Amor I Love You, já no bis. "'É uma emoção quando vocês cantam comigo, mas é ainda melhor quando vocês fazem o backing vocal", disse rindo e pedindo para que a platéia cantasse novamente o refrão do sucesso de 2000, agora em uma versão "voz e violão". É a Marisa "novamente popular", querendo ouvir suas músicas sendo cantadas por todos e não apenas sendo idolatrada pelos críticos cults.
Bem que se Quis, primeiro sucesso de Marisa, é cantado à cappella e a iluminação vai baixando. Quando o público está imerso na nostalgia da canção, ela sai do palco calmamente, sem se despedir, para não estragar o momento. No escuro, sem nenhuma projeção ou truque, Marisa prova que ainda é uma das cantoras mais interessantes e cativantes da MPB.
Bem que se Quis, primeiro sucesso de Marisa, é cantado à cappella e a iluminação vai baixando. Quando o público está imerso na nostalgia da canção, ela sai do palco calmamente, sem se despedir, para não estragar o momento. No escuro, sem nenhuma projeção ou truque, Marisa prova que ainda é uma das cantoras mais interessantes e cativantes da MPB.