22 de maio de 2011

Comentário - Who You Are de Jessie J

Se você andou por fora das novidades da música pop nos últimos anos, só vai precisar ouvir o primeiro CD da cantora britânica que está indo bem nas paradas de sucesso: Jessie J.  Who You Are tem um pouco do sucesso do hip-hop, rapper fazendo participações em canções, uma pitada de rock e baladinhas que poderiam aparecer nas vozes de Kesha ou Rihanna. Isso pode até ser explicado pelo fato de Jessie ter composto várias músicas para outros cantores, antes de gravar suas próprias canções.

Fisicamente, ela pode até lembrar Katy Perry, usar roupas excêntricas à Lady Gaga, ter letras sobre o cotidiano feminino como Lily Allen, soar agressiva como Nicki Minaj e adora mostrar que tem uma bela voz, com exibições dignas dos candidatos do Ídolos. A maior qualidade da cantora parece ser justamente essa capacidade de combinar um pouco de tudo e conseguir soar natural, sem parecer uma cópia. Há até um certo frescor e atitude que parece ter agradado em cheio os críticos ingleses. 

No cd, destaca-se a faixa de abertura Price Tag, uma saborosa canção de introdução, seguida por uma das melhores do álbum:  Nobody's Perfect, em que a cantora relata sobre os momentos em que perde o controle e fica fora de si. Conhecida por falar o que pensa, sem se preocupar com a  opinião dos outros, a canção ganha força e brilha como um dos melhores momentos do cd. Tirando o single Do It Like a Dude (uma canção com mistura de hip-hop e que conseguiu ir bem nas paradas), e alguns outros bons momentos, o restante das músicas soam sem muita força ou pecam pelo excesso de firulas vocais. De maneira geral, Who You Are vai oscilando entre bons momentos, momentos medianos ou abaixo da média, mas que ainda conseguem mostrar que Jessie tem talento.

Além de começar a chamar a atenção do público, a cantora tem recebido elogios dos críticos, que destacam sua voz bem treinada, suas composições sobre a mulher moderna e o talento para misturar ritmos sem parecer com data de validade. Nesse primeiro álbum, por enquanto, fica a sensação de que ainda falta algo e a certeza de que a cantora ainda poderá render muito mais se ficar menos presa no que está sendo tocando nas rádios e se esforçar em soar mais como ela mesma.



1 de maio de 2011

5 grandes filmes de Nicole Kidman (e aquele que pode não ser visto...)

Nicole Kidman é minha atriz preferida. Linda, loira, elegante, pra mim ela ela está entre as grandes atrizes atuais de Hollywood, ao lado de Kate Winslet, Cate Blanchett, Julianne Moore e outras deusas das telas. Por muito tempo foi conhecida apenas como a “esposa do Tom Cruise” e só teve o reconhecimento total da mídia e da indústria cinematográfica depois de filmes ousados como De Olhos Bem Fechados (o último de Kubrick, amigo intímo de Nicole), Moulin Rouge, Os Outros e As Horas. A mesma mídia que a colocou no topo de Hollywood, ultimamente vinha criticando seus papéis em filmes mais comerciais, como A Bússola de Ouro, e pelo uso de botox.

Com a estreia do belo Reencontrado a Felicidade, pelo qual concorreu aos principais prêmios desse ano, incluindo o Oscar, Nicole volta a brilhar na grande constelação que é Hollywood. Vale a pena rever alguns filmes fundamentais na carreira da australiana para comprovar seu talento e versatilidade.

Moulin Rouge


Enquanto gravava De Olhos Bem Fechados, Kubritck indicou Nicole a ousar mais em sua carreira cinematográfica. Depois do complicado divórcio com Tom Cruise, o musical extravagante de Baz Luhrmann parecia uma proposta ousada. O filme colocou Nicole em destaque máximo, concorreu diversos prêmios, rendeu uma indicação de Melhor Atriz ao Oscar e ainda colocou os musicais de volta nos cinemas. No longa genial de Baz, um jovem escritor se apaixona pela cortesã do efervescente Moulin Rouge, na virada do século. Colorido, acelerado e extremamente pop, Moulin Rouge é, sem dúvida, um dos melhores filmes da década passada.

As Horas

 
Filme que rendeu o Oscar de Melhor Atriz para Nicole é baseado na densa trama do livro As Horas. O filme trata da história de três mulheres em diferente épocas, mas que estão conectadas. Nicole é escritora Virginia Woolf, no auge de sua crise emocional enquanto escreve Mrs Dalloway, Julianne Moore é a dona de casa insatisfeita que lê a obra e busca novos sentidos na vida e Merly Streep é a versão moderna de Mrs. Dalloway. A direção elegante de Stephen Daldry, a edição perfeita, a trama densa e a trilha hipnótica de Philip Glass valem cada segundo de As Horas.

Os Outros


Casas mal assombradas já geraram inúmeros filmes,  mas Os Outros é um dos melhores deles. O suspense crescente faz o espectador ficar atento a cada expressão e descobertas da personagem de Kidman, uma mulher que fica para cuidar da mansão e dos filhos enquanto seu marido está lutando na guerra. A trama, aos poucos, nos faz desconfiar da sanidade mental da personagem, que se esforça para encontrar uma explicação racional e na Biblía sobre os estranhos acontecimentos de sua casa e que envolvem sua família. Quase uma Grace Kelly moderna que faria Hitchcok querer colocá-la em um dos seus filmes.

Um Sonho Sem Limites


Antes de Moulin Rouge, Nicole já mostrava seu talento com esse filme com estética de documentário sobre uma garota do interior, disposta a fazer tudo (tudo mesmo) para conseguir ser uma grande estrela da TV. Com pitadas de humor negro e uma crítica muito atual sobre a questão da mídia do espetáculo, Nicole dá um show no personagem mais sensual de sua carreira. A Nicole "furacão loiro" tem nome: Suzanne Stone, uma inesquecível atuação de Kidman.

Dogville

 
Lars Von Trier é um dos diretores mais polêmicos da atualidade, aplaudido e vaiado com a mesma intensidade. Seja como for, Dogville é uma de suas mais criativas e críticas obras, com a jovem Grace (Kidman), descobrindo sobre a natureza humana em uma vila, no interior dos Estados Unidos. Uma sugestão é assistir Dogville – Confessions, documentário sobre os bastidores do longa, no qual acompanhamos a atriz esgotada com as humilhações e situações que sua personagem é exposta. Tanto que para a continuação, Manderlay, Nicole prefiriu não participar e deixar o caminho aberto para outra atriz.

Filme que pode ser esquecido: A Feiticeira


Nicole ainda não encontrou um bom papel em comédias. Suas tentativas de protagonizar esse tipo de filme em Mulheres Perfeitas e A Feiticeira renderam seus piores papéis. Não por culpa da atriz, que já provou sua versatilidade, mas por escolher papéis ruins nesse segmento. Aqui parecia que tudo daria certo: um personagem clássico, a fisionomia parecida, um astro de comédias, mas nesse remake da série da TV, o roteiro decidiu inovar e trazia uma trama sobre os bastidores de hollywood e uma homenagem sem graça a série. Nicole faz o que pode, mas falta química no casal, a trama não empolga e falta muita mágica em A Feiticeira.