Os delatores de Britney Spears sempre disseram que a “princesa do pop” não passava de uma marionete nas mãos dos produtores, que não conseguia cantar ao vivo e, no fundo, não passava de uma cópia da Madonna. Já os fãs, que continuaram firmes até nos momentos mais difíceis da carreira da moça, sempre celebram a loira pelo carisma e a capacidade de lançar canções que explodem nas paradas de sucesso e tornam-se clássicos da cultura popo. Femme Fatale, novo álbum de Britney, surge com a proposta de mostrar que a cantora quer recuperar sua carreira e prestígio do passado, mas não está totalmente disposta a sair de sua zona de conforto.
Muito superior ao CD anterior, o chatinho Circus (feito sob encomenda para limpar a imagem de “garota-problema”), Femme Fatale lembra alguns bons momentos da carreira da cantora, como In The Zone ou Blackout, com músicas dançantes criadas para serem cantadas em alto e bom som nas baladas. O primeiro single, Hold It Against Me, chamou a atenção por ter uma produção diferente do que estavamos acostumados a ouvir na voz de Britney. Outros bons momentos do cd, em que quase todas as músicas são bem agitadas e ideais para festinhas, são Criminal (que conta com um instrumental "madônico", I Wanna Go e How I Roll, que utilizam arranjos que fogem do óbvio. O restante não sai muito da linha do que está tocando nas rádios, com uma pitada de Kesha e BEP.
A sensação é de que Britney tentou, mas não conseguiu sair de sua zona de conforto. Há bons momentos, mas faltou ousadia suficiente para criar um ótimo cd. Do jeito que está, Femme Fatale rende boas músicas para dançar, mas também é um pouco enjoativo e não chega a ser a revolução prometida pelos produtores. Com a concorrência forte de Lady Gaga, Katy Perry e Rihanna, Britney terá que se esforçar para provar os motivos de ser considerada a "princesa do pop". Agora é esperar a turnê e torcer que, dessa vez, a cantora fique livre dos fantasmas do passado.