De vez em quanto tempos a chance de presenciar algo diferente no cinema. Scott Pilgrim Contra o Mundo é exemplo recente do quanto um filme baseado em histórias em quadrinho pode ser original. O longa é uma mistura de tudo que esteve em alta na cultura pop na última década: quadrinhos, videogames, cultura japonesa, bandas de rock alternativas, kung fu e animações. Na trama, o adolescente Scott Pilgrim leva sua vida sem muitos atrativos, até que conhece uma jovem recém chegada e fica completamente apaixonado pela moça. O único problema é que para ficar com Ramona, Scott terá que enfrentar os sete ex-namorados malignos dela e ainda terminar sua relação com a obsessiva namoradinha japonesa.
Apesar da história não parecer muita coisa (e realmente não é...) o que chama atenção no filme é estética de videogame utilizada. Cada ex-namorado é como um "chefão" de um jogo que precisa de habilidades únicas para ser derrotado. Dessa maneira, temos lutas no estilo Mortal Kombat (com direito a pontos por cada golpe), disputas de Guitar Hero e até uma "fase final" com o chefão dos malignos. O filme chega até a lembrar o estilo frenético e super colorido de Speedy Racer com a história de Kick Ass - Quebrando Tudo.
Mas um filme não sobrevive só com visual bacana, aqui os personagens secundários também são destaques, como o ex-namorado que adquiriu poderes psiquicos pela dieta vegan, ou o colega de quarto homossexual de Scott, que representa o papel sem as típicas caricaturas ou afetações, que caracterizam os gays no cinema. O casal protagonista também cumpre bem seus papéis, apesar de Michael Cera estar praticamente fazendo o mesmo personagem de Juno.
Totalmente fora da realidade, pop, acelerado e com uma trilha sonora bacana, o filme está longe de agradar a todos, mas é uma opção diferente e original para quem está cansado das opções do cinema atual, principalmente com as adaptações de histórias em quadrinhos que se tornaram a galinha dos ovos de ouro de Hollywood.