Vira e mexe, a discussão volta com força total "a Internet vai eliminar de vez o jornal impresso? Seriam os blogs e redes virtuais novas e melhores plataformas de informações?"
Na Jornada de Jornalismo deste ano, que aconteceu no Campus I da Puc-Campinas durante os dias 18 e 19 de Maio, as palestras tiveram foco na importância da reportagem. Muitas perguntas e apresentações acabaram abordando a relação jornalismo/Internet. A resposta, de maneira geral, foi sempre a mesma: a Internet, quando utilizada sem responsabilidade, pode causar mais problema do que ajudar.
A Internet acabará com o jornalismo impresso?
Não que os palestrantes, jornalistas respeitados de diferentes áreas, desprezem o auxílio que a Internet trouxe, longe disso. Os palestrantes, na verdade, alertaram que a velocidade da Internet não dá muito espaço para maior apuração dos fatos e muitos erros são cometidos nessa busca pelo “furo jornalístico”. Além disso, destacaram a necessidade de saber utilizar a quantidade enorme de informações oferecidas na Internet.
Marcelos Soares, da MTV, foi um dos palestrantes que mais abordou a temática das novas tecnologias integradas com a produção jornalística. Em sua apresentação, ele mostrou novos modelos, no quais a Internet integra diferentes mídias, possibilita a criação de eficientes bancos de dados e uma maior interatividade. Essa interatividade traz a possibilidade do leitor tornar-se produtor de conteúdo. Isso difere dos modelos usuais, no qual a informação é oferecida ao leitor, que só pode opinar sobre ela. No novo modelo, o leitor, além de opinar, pode produzir fotos, vídeos, áudio e contribuir para expandir o conhecimento sobre determinado tema ou fato.
Neste quadro, o papel do jornalista não é descartado. Na verdade, essa grande demanda de informações só aumenta a necessidade de profissionais bem treinados, com conhecimentos gerais e o domínio das novas tecnologias. A Internet não substituirá outros meios, mas representa uma nova possibilidade de se fazer e receber notícias.