22 de maio de 2010

Jornalismo na Internet

Vira e mexe, a discussão volta com força total "a Internet vai eliminar de vez o jornal impresso? Seriam os blogs e redes virtuais novas e melhores plataformas de informações?"

Na Jornada de Jornalismo deste ano, que aconteceu no Campus I da Puc-Campinas durante os dias 18 e 19 de Maio, as palestras tiveram foco na importância da reportagem. Muitas perguntas e apresentações acabaram abordando a relação jornalismo/Internet. A resposta, de maneira geral, foi sempre a mesma: a Internet, quando utilizada sem responsabilidade, pode causar mais problema do que ajudar.

A Internet acabará com o jornalismo impresso?

Não que os palestrantes, jornalistas respeitados de diferentes áreas, desprezem o auxílio que a Internet trouxe, longe disso. Os palestrantes, na verdade, alertaram que a velocidade da Internet não dá muito espaço para maior apuração dos fatos e muitos erros são cometidos nessa busca pelo “furo jornalístico”. Além disso, destacaram a necessidade de saber utilizar a quantidade enorme de informações oferecidas na Internet.

Marcelos Soares, da MTV, foi um dos palestrantes que mais abordou a temática das novas tecnologias integradas com a produção jornalística. Em sua apresentação, ele mostrou novos modelos, no quais a Internet integra diferentes mídias, possibilita a criação de eficientes bancos de dados e uma maior interatividade. Essa interatividade traz a possibilidade do leitor tornar-se produtor de conteúdo. Isso difere dos modelos usuais, no qual a informação é oferecida ao leitor, que só pode opinar sobre ela. No novo modelo, o leitor, além de opinar, pode produzir fotos, vídeos, áudio e contribuir para expandir o conhecimento sobre determinado tema ou fato.


Neste quadro, o papel do jornalista não é descartado. Na verdade, essa grande demanda de informações só aumenta a necessidade de profissionais bem treinados, com conhecimentos gerais e o domínio das novas tecnologias. A Internet não substituirá outros meios, mas representa uma nova possibilidade de se fazer e receber notícias.

4 de maio de 2010

Vampiros na Cultura - Parte IV (Crepúsculo)

Goste ou não, Crepúsculo é um sucesso. A trama escrita por Stephennie Meyer gerou 4 livros, uma série de filmes e dezenas de produtos relacionados. Parece que tudo que tenha o nome “Crepúsculo” é sinônimo de vendas e desejo de consumo de inúmeros fãs pelo mundo. A saga segue o rastro de outra série de livros que abordava universos sobrenaturais paralelos a realidade: Harry Potter.
Na história, a adolescente Bella se apaixona perdidamente pelo vampiro centenário Edward Cullen. Esse relacionamento terá várias dificuldades, principalmente pelo perigo constante que Bella corre ao se relacionar com um sugador de sangue. Narrado em primeira pessoa pela protagonista, vamos aos poucos conhecendo mais sobre os vampiros criados por Stefanny.

A autora tenta seguir a linha de Anne Rice, colocando os vampiros como seres belos e sábios, que mais seduzem do que amedrontam. Stephenie também tenta dar maior complexidade aos seus vampiros, com discussões sobre a alma, morte de inocentes, etc. Entretanto, tudo em Crepúsculo parece terminar em romance. Há muito choro, declarações de amor eterno e dramas adolescentes sobre a família, relacionamentos e amizade. Além disso, os vampiros da família Cullen fogem de várias “regras” vampirescas estabelecidas desde Drácula, parecendo uma família "vegetariana" cercada por vampiros malignos que se comportam como... vampiros?!

Romance Proibido: a humana Bella e o vampiro Edward
Os filmes da “Saga Crepúsculo” foram fundamentais para a consolidação desse fenônemo de vendas, que levou o casal protagonista para as capas de dezenas revistas adolescentes. Não que os filmes sejam perfeitos, mas nota-se uma evolução nos longas da série. Com a estréia do terceiro filme da saga, Eclipse, marcada para o meio desse ano, Crepúsculo não deve cair tão cedo no esquecimento.

Stephennie declarou que um sonho a inspirou a escrever o livro (assim como Bram Stocker) que tornou-se sucesso e trouxe os vampiros de volta aos centros de discussões. Há ainda muito o que se sonhar e escrever sobre os vampiros, que fizeram, fazem e farão parte da cultura por muitos anos.

Afinal, vampiros são imortais...  

1 de maio de 2010

Vampiros na Cultura - Parte III (Entrevista com o Vampiro)

Se Drácula envolveu os vampiros no clima de suspense, Entrevista com o Vampiro injetou “alma” nos sugadores de sangue. Ao invés de criaturas asquerosas ou malignas, Anne Rice explorou o conceito do vampiro belo, sedutor e recheado de questionamentos existenciais.

No livro, Louis cede uma entrevista em que conta toda sua trajetória como vampiro. Depois de ser atacado e transformado pelo vampiro bon vivant Lestat (o personagem mais famoso de Rice), Louis começa a procurar explicações sobre sua nova condição, entender em que se tornou. A trama acompanha essa obsessão de Louis através das décadas, dessa forma, vamos acompanhando a evolução do tempo do século XVIII até a década de 70.

Entrevista com o Vampiro, lançado em 1976, foi só o primeiro livro das “Crônicas Vampirescas” da autora. Nas “crônicas”, diversos vampiros e histórias fascinantes vão surgindo, formando um intrigante mosaico vampiresco. As descrições de cada época/local são muito bem feitas pela autora, conferindo verossimilhança nas tramas. Além disso, os vampiros de Anne são criaturas complexas, repletas de defeitos e qualidades. Outra característica marcante é a bissexualidade de muitos personagens, como se fossem guiados pelo desejo, não importando o sexo de suas vítimas ou companheiros.
A vampira Claudia: eternamente criança
É em Entrevista com o Vampiro que a escritora apresenta uma de suas personagens mais fascinante: a vampirinha Claudia. Transformada ainda quando criança, seu corpo permanece intacto com o passar dos anos, transtornando a personalidade da jovem. A menininha, apesar de sua crueldade e malícia, torna-se uma das personagens mais complexas de todo livro, por apresentar esse paradoxo da mulher poderosa e imortal, presa no corpo de uma criança por toda eternidade. O desfecho de Cláudia também é um dos momentos mais dramáticos da história, relacionando-se com morte da filha de Anne Rice.
A versão cinematográfica (1994) tem Brad Pitt no papel do questionador Louis e Tom Cruise como Lestat. No início, a escritora desaprovou a escalação do ator, mas depois cedeu elogios a atuação de Cruise. Kirsten Dunst, que posteriormente faria a namorada do Homem Aranha no cinema, ganhou até uma indicação ao Globo de Ouro por sua interpretação de Cláudia. O filme é fiel a trama do livro e rendeu boas interpretações do trio de protagonistas. Entrevista com o Vampiro é considerados por muitos como um dos melhores filmes sobre vampiro já realizado, pena que sua continuação A Rainha dos Condenados não manteve a qualidade.